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01/03/2021

Os Covens

Posso garantir que a diferença entre um e outro é: o fato dos solitários terem de realizar os sabats e esbats sozinhos, enquanto, um coven comemora com todos seus membros, mas, por outro lado, nada impede o solitário de se reunir com outros bruxos solitários para comemorar os seus festivais, e existe também a diferença de um coven possuir pessoas mais experientes, ou com mais tempo de práticas que podem ajudar uns aos outros, já o solitário precisa fazer uma busca muito mais detalhada, difícil e séria. 

A questão da energia... Está certo que a energia gerada por um coven é muito mais fácil de ser construída, do que por um solitário, afinal, é maior o número de pessoas reunidas e um bruxo solitário é sozinho. Eu, particularmente, prefiro ser solitária. Participar de um coven é uma decisão muito séria, você responderá como co-autor de tudo o que for trabalhado dentro deste círculo. Sem contar que há pessoas que acham que abrir um coven é tão simples como abrir uma barraquinha na feira... Com certeza não o é! Ainda, há pessoas que se colocam no pedestal de sacerdotes e sacerdotisas e deixam-se levar pelo poder... E poder...  Corrompe.  

SOBRE OS COVENS

Algumas tradições trabalham seu coven com 12 ou 13 membros e há COVENS que trabalham com 50 membros e, também, os que trabalham com apenas 3. Isto se explica pelo fato da relativa liberdade e ausência de dogmas dentro da Wicca , mas, não será difícil encontrar aqueles que afirmam veementemente que o coven deve ser formado por no máximo 13 pessoas. Alguns COVENS adotam uma hierarquização. Eu, particularmente, dispenso a importância dada a esta matéria, pois possuímos canais diretos e abertos com a Deusa Mãe e com o Deus. Sem contar nos perigosos jogos de poder que podem surgir... Mais uma vez... O poder corrompe. E, ainda, no perigo de cairmos na mesmice das outras religiões que possuem seus líderes, etc, etc, etc e que não vem ao caso falar.

Sobre a questão da denominação. Há quem adota a denominação COVEN, outros CÍRCULOS ou ainda, GROVES.

COVENS, CÍRCULO E GROVES...

Texto Traduzido por Helena Catarina, Portugal.

Quando os Pagãos se encontram, alguns o fazem muitas vezes sob a insígnia de pequenos grupos, organizados, com nomes tão conhecidos como Grove da Antiga Floresta, Coven da Lua Crescente, Círculo Mágico, etc., mas, como se distinguem os COVENS dos Círculos, os Círculos internos dos círculos externos, os Groves e os grupos de estudo? - Se decidir organizar um grupo, como lhe deverá chamar? Para começar, nenhum destes termos está registrado legalmente, pode chamar ao seu grupo como bem entender, mas se usar certos termos inadequadamente, pode causar equívocos na comunidade, ser ridicularizado ou até mal interpretado.

Não chame ao seu grupo Coven (a menos que os seus membros sejam Wiccans, Iniciados formalmente). E se usar a palavra "Grove", saiba que podem confundi-los com Druidas já avançados na Hierarquia. Para a maioria dos grupos que não são nem Druidas nem Wiccans, "círculo" é um termo não específico, satisfatório, mas prudente, ainda assim haveria a possibilidade de surgir confusão com um Círculo organizado, tal como o Circle Sanctuary, que possui uma grande rede de subscritores adeptos de Festivais e amigos, ou para complicar ainda mais o assunto, alguns COVENS Wiccans usam a palavra "Círculo" como parte integrante dos seus nomes, e em vez de "coven", como é o caso do Círculo Lunar Lusitanea, - e ainda o termo "Templo" é outro termo que se poderá referir a um Coven ou a "igrejas pagãs", como alguns nos EUA...

Muitas pessoas começam por ter na ideia um grupo de estudo que pode ser constituído por alguns amigos que se encontram semanalmente para falar acerca de religiões da Natureza e talvez até de Magia. Focam o seu interesse na educação, na prática ou na partilha de informação, e o termo “grupo de estudo” é suficientemente inócuo para que os centros comunitários pagãos reconheçam "quem é quem" e talvez surja um, formal, que vos ajude nas vossas reuniões.

A certa altura os membros do grupo de estudo, ou alguns deles, podem sentir a necessidade de se envolverem mais profundamente na prática da religião pagã... Aí poderão considerar a hipótese de organizar um círculo pagão independente, ou, se está envolvido com a “Pagan Federation” ou “Covenant of the Goddess”, etc, poderá ter algum apoio, se e quando aceitos.

Se for este o seu caminho de interesse, talvez prefira criar um coven... Mas a maneira mais prudente de fazê-lo é juntar-se a um Coven já existente e receber um treino sólido e experiência, isto antes de se lançar por aí por sua conta e risco. Ainda assim, existem pessoas que se auto dedicaram e fundaram círculos sem nenhuma experiência a não ser a da leitura de alguns bons livros sobre o assunto - é um caminho difícil, mas se for culto e bom organizador, talvez seja capaz de o fazer.

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE UM GRUPO DE ESTUDO E UM COVEN?

Um grupo de estudo existe simplesmente para que os membros possam aprender acerca de um assunto. - Um Coven é uma organização religiosa com Sacerdotisas e Sacerdotes que se dedicam à prática da Antiga Religião (Feitiçaria ou Bruxaria), neste caso a Wicca. - As BRUXAS não se limitam a estudar; elas/eles celebram a mudança das estações, fazem trabalhos mágicos, curam, celebram Ritos de passagem, e procuram o crescimento ESPIRITUAL ao unirem-se com as Deusas e DEUSES da Natureza.

De acordo com a História, os COVENS de BRUXAS eram originalmente muito pequenos, sociedades secretas foram criadas para manter viva a Arte, nas barbas das horríveis perseguições da Inquisição. As BRUXAS da Idade Média encontravam-se para celebrar os Sabats ou Invocar a ajuda da Deusa (Tripla) e dos DEUSES dos locais selvagens. Há quem acredite que estes COVENS sobreviveram até á atualidades e iniciaram pessoas numa Tradição contínua que recua vários séculos atrás. Se os COVENS tiveram origem há mil anos atrás, ou há cinqüenta, é uma questão discutível, mas o certo é que eles são uma parte vital da religião viva da Wicca.

A maioria dos COVENS tem uma média de sete membros adultos e poucos têm mais de treze. Neste pequeno ambiente auxiliador, os laços físicos e emocionais são profundos e é realizado um trabalho mágico e ESPIRITUAL intenso.

A palavra "GROVE", que originalmente se referia a um local sagrado nos bosques, tem sido utilizada de pelo menos três maneiras diferentes pelos pagãos: às vezes é simplesmente uma assembléia de pagãos sem nenhuma denominação particular (quando deveria referir-se a uma organização local de Druidas), ocasionalmente pode também se referir a um grupo de pagãos que se encontram para cultuar sob a orientação de um coven de feiticeiras (o que mais inventarão?!) ... Casos deste tipo de terminologia falseada são graves, pois o chamar Grove ou Coven, é sinônimo de "Congregação" ou "Círculo externo” , como distinção do Círculo interno, que é composto por Sacerdotes e Sacerdotisas dessa Tradição.

Na terminologia certa, todas estas organizações são as bases da apresentação do PAGANISMO para se exprimir ao público, pelo que há que saber nomear corretamente o seu grupo, para se evitarem equívocos ou mesmo erros. Um grande grupo organizado é a Pagan Federation (com sede situada no Reino Unido), ou o Covenant of the Goddess (EUA) e a Pan-Pacific Pagan Aliance (que inclui a Austrália, Nova Zelândia e o Pacifico). Desde grupos locais a redes regionais, o certo é que alguns Pagãos se encontram organizados, e o que antes era uma religião popular de aldeia, tribos ou nações, é agora uma tentativa para a legalidade, muito expandida pelas modernas telecomunicações e pela Internet. O PAGANISMO pode ter raízes num passado distante, mas chegou na Era de um novo Mundo... * Atualmente, alguns destes grupos de estudo intitulam-se "conventículo" ou "conventina".

HIERARQUIA DENTRO DOS COVENS

Assunto polêmico que, hoje em dia, a maior parte das BRUXAS dispensa este tipo de imposição "hierárquica". Mas, como informação, é preciso dizer que algumas Tradições mantêm a prática de proceder a 3 Iniciações diferentes para seus membros. Antes dessas iniciações ocorre todo o período de estudo e o momento da dedicação.

DEDICAÇÃO: É a entrada formal para a Religião Wicca. A partir da aceitação em um Coven, você se transforma num Neófito ou Discípulo e depois de um longo período de estudo e prática você se transforma em um Dedicado e passa por um período de experimentação (a dedicação) para alcançar a primeira iniciação.

PRIMEIRO GRAU: É alcançado logo após a primeira iniciação. O até então dedicado passa por um processo mágicko-religioso de renovação, onde lhe é transmitido poder para que seja consagrado Sacerdote (isa).

SEGUNDO GRAU: Geralmente acontece depois de algum tempo de estudo religioso e mágico dentro do coven, onde o sacerdote amadurece em seus compromissos e práticas, e recebe essa elevação de grau para que possa treinar outros neófitos ao sacerdócio.

TERCEIRO GRAU: Forma os chamados: "Alta Sacerdotisa" e "Alto Sacerdote". Isso pode ser descrito como o ápice do conhecimento dentro de uma tradição específica. 

A Iniciação no Terceiro Grau acontece, teoricamente, apenas depois que o membro completa um rigoroso programa de estudo que engloba a Magia, a estrutura dos rituais , a dinâmica de um grupo mágico, a Mitologia da Wicca e diversas outras áreas.